segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A maior ameaça para crianças na internet...

...são outras crianças.

Polêmico e questionável, porém há bastante informação atualizada nesse artigo que saiu no caderno Link do Estadão (09/02/09 - http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=15301 ).

Quem tiver tempo e curiosidade...
A

NOTÍCIAS - NAVEGAR IMPRECISO 09/02/2009

A maior ameaça para crianças na internet são outras crianças

PEDRO DORIA, no Vale do Silício

Não, o velho pedófilo à espreita nas esquinas virtuais não é nem de longe a maior ameaça para crianças e adolescentes na internet. É o que diz o relatório “Enhancing Child Safety & Online Technologies” (Ampliando a Segurança de Crianças e Tecnologia Online), publicado pela conceituada Universidade de Harvard, em janeiro.

A maior ameaça para os menores online são outros menores. Pelo menos 45% das crianças pesquisadas já sofreram ameaças públicas ou foram humilhadas na internet, em geral em sites de relacionamento como Orkut e Facebook. Quase sempre o agressor tem a mesma idade. Não raro se conhecem da escola, do clube ou da vizinhança.

O relatório foi encomendado pela Justiça local dos 50 estados que compõem os EUA. Uma equipe com especialistas de várias áreas foi formada para analisar os perigos que existem na rede. Havia desde profissionais de sites e provedores de acesso a educadores, acadêmicos, ONGs de proteção infantil e policiais.

Após mais de um ano de estudo, as descobertas afastam os estereótipos comuns à internet – como o do velho tarado à caça de criancinhas – e mostram que a rede se parece muito com o mundo real.

Há pedófilos, claro. Mas crianças e adolescentes online tendem a ignorá-los, não respondem a chamados de bate-papo, apagam suas mensagens. A razão é que o alerta é constante. Pais, professores e a propaganda na tevê deixam claro a toda hora que o “não fale com estranhos” também vale para a internet. Por isso casos de problemas do tipo são raros. As crianças sabem se defender.

Os casos que os pesquisadores localizaram em que houve abuso sexual envolviam adolescentes que, em geral, sabiam o que estavam fazendo. O relatório, no entanto, faz um alerta: falta documentação, nem sempre há registro policial e os resultados que a equipe reuniu não podem ser considerados conclusivos.

Um dos receios constantes dos pais, o de que crianças muito jovens e já alfabetizadas encontrem conteúdo pornográfico, obscenamente violento ou de qualquer outra forma inadequado, também é superestimado. É muito raro que crianças se deparem com esse tipo de material sem querer.

Os casos documentados pela pesquisa indicam que pornografia e violência cruzam o caminho de jovens quando já são adolescentes, tanto no caso dos rapazes quanto das moças. E não há nada de sem querer: cruzam o caminho porque eles estavam procurando.Pois é, o mundo virtual é muito parecido com o real.

A principal recomendação que o relatório faz aos pais é de que tomem cuidado principalmente com os sites de relacionamentos. Eles são usados para reforçar as relações que já existem na escola, no clube. É onde as crianças podem ser expostas publicamente por colegas, o que causa profunda ansiedade. Elas podem sofrer muito com esse tipo de agressão e, no entanto, ficam caladas.

A pressão para participar dos Facebooks e Orkuts não é pequena, evidentemente. Os termos de uso de ambas as plataformas exigem que os usuários tenham pelo menos 13 anos, mas a maioria dos pais não sabe disso. É onde cabe maior atenção.

No fim das contas, as crianças mais frágeis na internet e, portanto, com maiores chances de serem expostas a risco, são aquelas que já têm essas mesmas características fora da rede. Instabilidade psicológica, brigas constantes em casa, famílias desestabilizadas continuam sendo os maiores indicadores de que pode haver algum tipo de problema.

O resultado do estudo trouxe alguma polêmica. O procurador geral de Connecticut imediatamente reclamou. Acha que o relatório minimiza demais o perigo representado por adultos mal-intencionados. Talvez. Mas não há outros estudos por aí para servir de comparação. No fim, vale a regra de sempre: os pais devem estar sempre atentos.

Um comentário:

Anônimo disse...

tem razão

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